Pesquisadores identificam o maior predador de todos os tempos… e ele vive agora

Pesquisadores identificam o maior predador de todos os tempos… e ele vive agora

20/08/2023 0 Por jk.alien

Imagine uma criatura tão voraz que consome mais de um terço dos vertebrados da Terra. Visualize um predador cuja pegada ecológica é impressionantes 1.300 vezes maior do que qualquer outra coisa já registrada na história. Esse devorador insaciável é impulsionado não apenas pela necessidade de sobrevivência, mas muitas vezes por fenômenos culturais caprichosos. Então, quem é esse superpredador? Bom, somos nós – os humanos.

Surpreendentemente, apesar de nosso gigantesco apetite ecológico, não nos encaixamos na classificação de maior predador no sentido literal da palavra. No entanto, isso pouco importa. Uma parcela substancial de nossa exploração ambiental é movida por nossas obsessões culturais. Boris Worm, ecologista marinho da Universidade de Dalhousie, encontrou um exemplo marcante disso na Indonésia, onde a demanda por corujas selvagens disparou após sua representação na franquia Harry Potter.

Amar até a morte: A Obsessão Humana como Ameaça

Parece que nossa afeição por certas espécies pode, paradoxalmente, ser sua ruína. Essa síndrome de “amar até a morte” também alimenta a indústria de animais de estimação, e o uso de animais em medicamentos e outros produtos agora é tão comum que se tornou uma ameaça fundamental para as espécies em perigo globalmente.

Mas aqui está a questão – o impacto de remover animais de seus habitats naturais espelha o da predação em um ecossistema. Não se trata apenas do efeito direto de retirar indivíduos da equação. Também há a ecologia do medo a considerar. Os animais restantes passam por estresses comportamentais, fisiológicos e cognitivos ao tentar evitar se tornar a próxima refeição. Em outras palavras, essas criaturas vivem em um estado constante de medo, impactando sua sobrevivência e sucesso reprodutivo.

A Ecologia do Medo e a Seleção da Colheita

Como se isso não bastasse, os humanos estão causando a ‘seleção de colheita’. Muito parecido com a seleção natural, esse processo pode alterar drasticamente as características das espécies ao longo do tempo. A caça humana de espécies específicas provocou algumas das mudanças de características mais abruptas já observadas em populações selvagens. Essa seleção antinatural pode potencialmente mudar traços vitais que fornecem funções essenciais que sustentam ecossistemas inteiros.

“A seleção antinatural de animais por predadores humanos pode levar a uma série de repercussões nos ecossistemas”, explica o ecologista Rob Cooke do Centro de Ecologia e Hidrologia do Reino Unido. As possíveis consequências variam desde a perda de grandes dispersores de sementes como o Calau-de-capacete até megaherbívoros como o Rinoceronte-negro, afetando até predadores migratórios como tubarões grandes.

Está se tornando mais claro a cada dia que nós, humanos, somos agora a principal força motriz da evolução na Terra. Boris Worm pinta um retrato vívido de nosso nicho ecológico superdimensionado, como ele o chama, dizendo que somos um predador extraordinário, o maior predador da história do planeta. “Temos um nicho superdimensionado e somos o predador mais influente em muitos ecossistemas”, afirma.

Além disso, essa avaliação alarmante nem sequer considera nossa exploração histórica de espécies ou perdas incidentais por meio da destruição de habitats, espécies invasoras e mudanças climáticas. E enquanto o novo estudo, publicado na Communications Biology, se concentra em vertebrados, nossa exploração se estende à maioria dos domínios da vida, incluindo aranhas, plantas e fungos. Além disso, esses movimentos não regulamentados de animais expõem os humanos a possíveis novas doenças.

Do maior predador ao maior protetor

No entanto, apesar desse retrato sombrio, nem toda a esperança está perdida. A pesquisa aponta para sistemas de gestão baseados em locais de povos indígenas como um exemplo de criação de colheitas sustentáveis ao longo de séculos. “A boa notícia é que a humanidade agora reconhece nossas tendências destrutivas e há uma tentativa real de usar a melhor ciência disponível para acertar as coisas”, conclui Boris Worm de forma otimista.

Nossa fascinação e admiração pela vida diversificada e vibrante da Terra não deveriam ameaçar sua existência. Precisamos transformar nosso papel de maior predador do mundo para o maior protetor do mundo, garantindo o direito de todas as espécies prosperarem em seus habitats naturais. À medida que aprendemos mais, devemos nos esforçar para equilibrar nossos desejos culturais com a saúde do nosso planeta. O futuro de nossa biodiversidade depende disso.

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