Esqueleto de uma ‘criança vampira’ acorrentada ao túmulo com um cadeado foi encontrado
07/12/2023Arqueólogos encontraram os restos mortais de uma chamada “criança vampiro” que remonta a 1600 em um cemitério em Pien, na Polônia.
Estima-se que os restos mortais pertencem a uma criança entre 5 e 7 anos de idade. O corpo foi encontrado de bruços e uma fechadura triangular estava acorrentada em uma das pernas.
O arqueólogo Dariusz Polinski, da Universidade Nicolaus Copernicus, falou sobre sua pesquisa e explicou por que uma fechadura estava presa ao cadáver.
Ele observou que o objeto colocado sob a perna “simboliza o encerramento de uma etapa da vida e tem como objetivo proteger contra o retorno do falecido, provavelmente temido”.
Tais práticas originaram-se em crenças populares e às vezes são descritas como rituais anti-vampiros. De acordo com Polinski, os rituais daquela época afirmavam que quando uma pessoa era enterrada de bruços, os mortos “morderiam o chão e não prejudicariam os vivos”.
Mais trinta sepulturas foram descobertas na mesma região, e os arqueólogos acreditavam que ali estavam enterradas pessoas que eram “temidas não só na vida, mas também na morte”. Entre os achados estavam fragmentos de mandíbula com manchas esverdeadas que podem ter vindo de uma moeda de cobre colocada na boca da criança morta.
Além da “criança vampira”, foram descobertos no local os restos mortais de uma mulher grávida. O feto foi determinado como tendo aproximadamente 5-6 meses de idade. Esta descoberta foi surpreendente porque os ossos das crianças desta idade são geralmente pouco mineralizados e não estão bem preservados.
Curiosamente, o mesmo cemitério do século XVII onde a “criança vampira” foi descoberta também foi o local onde uma “vampira” foi encontrada em setembro de 2022.
A vampira tinha uma foice que aparentemente prendia seu pescoço e um cadeado no dedão do pé esquerdo. Essas descobertas sugerem várias maneiras pelas quais as pessoas no passado tentaram impedir o retorno dos mortos, como cortar a cabeça ou as pernas, colocar os mortos de bruços, queimá-los ou esmagá-los com uma pedra.
Segundo Polinski, a foice encontrada no pescoço da vampira foi posicionada de tal forma que, se a falecida tentasse se levantar, a cabeça provavelmente teria sido cortada ou danificada.
O dedo trancado encontrado na vampira simboliza “o encerramento do cenário de vida e a impossibilidade de retorno”.