“Duna”: conheça animais da vida real parecidos com os “vermes da areia”

“Duna”: conheça animais da vida real parecidos com os “vermes da areia”

04/03/2024 0 Por jk.alien

Segundo filme da saga coloca sob o holofote as criaturas assustadoras que habitam o deserto de Arrakis; saiba quais são seus semelhantes da vida real

Nesta quinta-feira (29), estreou nos cinemas o esperado Duna: parte 2. Assim como o primeiro filme, de 2021, o novo longa teve a direção do canadense Denis Villeneuve. Mas o foco agora é outro: a trama se concentra na conexão de Paul Atreides (Timothée Chalamet) com o deserto do planeta Arrakis e em sua luta contra a Casa Harkonnen.

A segunda parte da saga, baseada nos livros escritos por Frank Herbert em 1965, também aprofunda em outro tema: a complexa relação entre os nativos de Arrakis, os Fremen, e os temidos “vermes da areia.” Conhecidos como Shai-Hulud, eles são considerados sagrados por esse povo — e temidos pelos estrangeiros exploram o planeta.

Os bichos de 400 metros de comprimento servem como meio de locomoção para movimentos migratórios e afugentam exploradores de especiarias. Além disso, são fonte de extração para a “água da vida”, líquido divino que faz parte dos rituais culturais da sociedade originária de Duna, como os nativos chamam Arrakis.

Adaptar as criaturas descritas por Herbert para as telonas não foi fácil. Segundo Villeneuve revelou em 2021, ele e Paul Lambert, supervisor de efeitos visuais, se inspiraram em um animal bem conhecido (e distante dos vermes): as baleias.

Os grandes cetáceos que habitam o oceano inspiraram, por exemplo, a enorme boca cheia de escamas das criaturas de Duna. Assim como as baleias, os Shai-Hulud também se guiam por sons subterrâneos. “Queríamos fazer algo bem original, e assustador”, disse o diretor à revista Wired.

Mas será que já existiram animais semelhantes às criaturas de Duna? Conheça três “parentes” conhecidos pela ciência.

1. Verme “Bobbit”

A criatura de Duna possui similaridades com o verme ‘“Bobbit’ (Eunice aphroditois), que vive principalmente sob as águas do Atlântico. Ambos possuem serrilhas afiadas na região da boca e emergem da areia para atacar seres vivos que estão de passagem, de acordo com a revista Live Science.

O verme "bobbit" no fundo do mar — Foto: Getty Images
O verme “bobbit” no fundo do mar — Foto: Getty Images

O “Bobbit” possui mandíbulas cortantes na extremidade da cavidade bucal, que podem cortar ao meio suas presas. Conhecido como “atacante de areia”, ele pode chegar a 3 metros de comprimento e é capaz de produzir toxinas que matam criaturas maiores que seu próprio tamanho.

Eles passam o dia enterrados sob a areia e colocam suas antenas para fora para atrair possíveis presas. Além disso, quando estão em posição de defesa conseguem se “quebrar” em pedaços, para que essas partes consigam posteriormente se regenerar.

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2. Lagarto-verme

Os anfisbenas (Amphisbaenia) são répteis que vivem escavando túneis subterrâneos e atacam tudo que encontram. Uma equipe de cientistas dos EUA publicou um artigo na edição de março de 2024 do periódico The Anatomical Record com novos achados sobre esses animais, sobre os quais pouco se sabe.

Crânio fragmentado do lagarto-verme obtido de uma tomografia computadorizada — Foto: Digitalizações de tomografia computadorizada da Jackson School of Geosciences, coloração e renderização por Sam Houston da State University
Crânio fragmentado do lagarto-verme obtido de uma tomografia computadorizada — Foto: Digitalizações de tomografia computadorizada da Jackson School of Geosciences, coloração e renderização por Sam Houston da State University

O crânio deles é formado por peças fragmentadas. Esses seres também contam com um dente central, que se conecta com outros dois dentes inferiores. “Combinado com os poderosos músculos da mandíbula dos anfisbenas, [o dente central] proporciona uma mordida feroz para um animal do seu tamanho”, disse Christopher Bell, autor principal do artigo que investigou a anatomia do crânio dos anfisbenas, em comunicado.

Lagarto-verme em Koanaka, Botsuana — Foto: Johan Marais
Lagarto-verme em Koanaka, Botsuana — Foto: Johan Marais

3. Vermes da Mongólia

Em 2013, cientistas descobriram na Mongólia duas subespécies de minhocas: Eisenia nordenskioldi mongol e E. n. onon. Elas têm a habilidade de regenerar partes do corpo que foram cortadas e conseguem tolerar variações extremas de temperaturas: de -30°C a 40°C.

Espécie Eisenia fetida, um dos parentes próximos das espécies isenia nordenskioldi mongol e E. n. onon — Foto: Mihai Duguleana/Wikimedia Commons
Espécie Eisenia fetida, um dos parentes próximos das espécies isenia nordenskioldi mongol e E. n. onon — Foto: Mihai Duguleana/Wikimedia Commons

Na época, essas criaturas foram comparadas ao ser mítico da cultura mongol olgoi-khorkhoi. O animal, que habitaria o deserto de Gobi, teria como habilidade, projetar um ácido capaz de corroer e tornar amarelo tudo que fosse tocado.

Paisagem dos estepes da Mongólia, na orla do deserto de Gobi. — Foto: Jyper/Wikimedia Commons
Paisagem dos estepes da Mongólia, na orla do deserto de Gobi. — Foto: Jyper/Wikimedia Commons

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