“Alienígenas se parecerão com IA e não pequenos marcianos verdes”, afirma astrônomo

Seth Shostak, astrônomo do Seti Institute, uma organização de pesquisa sem fins lucrativos que procura por vida extraterrestre, escreveu um artigo para o jornal britânico The Guardian dizendo que “se algum dia encontrarmos alienígenas, eles se parecerão com IA (Inteligências Artificiais) e não pequenos marcianos verdes”.

Ele conta que o Seti Institute, que fica no Vale do Silício, na Califórnia, está empolgado porque a vida extraterrestre está sendo amplamente discutida agora por conta do relatório que será apresentado pelo Pentágono e que falará sobre os chamados fenômenos aéreos inexplicáveis.

“No entanto, devo dizer imediatamente que não espero grandes revelações do relatório. Eu acho que é extremamente provável que alienígenas estejam presentes em nossa galáxia.

Mas eu não acredito que eles estejam perambulando em nosso espaço aéreo. Não agora, e não em tempos históricos”, escreveu Shostak.

Afirmações de que extraterrestres ajudaram a construir monumentos grandes e pontiagudos no deserto egípcio, há 5 mil anos, são francamente ridículas.

E não acho que os vídeos feitos pelas câmeras dos F-18 Hornets da marinha realmente mostrem naves alienígenas voando pelos céus acima do Pacífico.

Existem explicações mais prosaicas para esses vídeos: nenhum extraterrestre é necessário”, completou ele.

O astrônomo afirma que “em uma galáxia em que cada terceira estrela provavelmente hospedará um planeta do tamanho da Terra, dificilmente parece possível que nosso mundo seja o único com inteligência”.

“Se extraterrestres vierem para a Terra, o cenário que se seguirá seria bem diferente do que captar um sinal de rádio alienígena ou detectar um laser piscando no céu, modos de descoberta sendo perseguidos por meus colegas e por mim.

Os alienígenas que produzem esses sinais estarão a anos-luz de distância, e sua aparência e intenções não serão de grande preocupação”, pontuou o membro do Seti Institute.

“É improvável que quaisquer alienígenas que viajem para o nosso planeta sejam formas de vida baseadas em carbono, sejam peludas ou sem pelos.

Suas habilidades cognitivas provavelmente não serão alimentadas por uma massa esponjosa de células que chamaríamos de cérebro.

Eles provavelmente terão ido além da inteligência biológica e, na verdade, além da própria biologia. Eles não estarão vivos.

A razão é uma simples consequência das distâncias impressionantes até as estrelas. Mesmo a mais próxima, Proxima Centauri, fica a 40 trilhões de milhas da Terra.

Nossos foguetes mais rápidos levariam 75.000 anos para alcançá-lo. Nem humanos nem klingons (raça alienígena fictícia criada para a série televisiva Star Trek) são feitos para resistir a tais viagens”, detalhou no artigo publicado no The Guardian.

Seth Shostak ressalta que alienígenas podem ter espaçonaves muito mais velozes, mas detalha que existem limitações naturais para foguetes de alta velocidade:

“Suponha que um alienígena queira cobrir a distância entre Proxima Centauri e a Terra em 10 anos.

O foguete deles precisaria reunir 600 milhões de vezes mais energia do que um foguete Saturno V.

Dobre esse número se eles planejam parar na Terra e se envolver com os habitantes locais”.

“Isso pode soar como uma questão prática irritante que pode ser descartada observando que os alienígenas podem ser muito mais avançados do que nós.

E isso é facilmente possível: o universo tem três vezes a idade do nosso sistema solar, então a galáxia pode abrigar sociedades que estão milhões ou até bilhões de anos à frente do Homo sapiens.

Mas viajar de um sistema solar para outro é incrivelmente difícil e caro”, explicou ele.

Fonte:

Olhar Digital

[Astronomia]