Peixe sem rosto e porco do mar: criaturas que resistem na zona do Titanic
20/08/2023Na quinta-feira (22), a Guarda Costeira dos EUA anunciou a morte de todos os ocupantes do submersível Titan da OceanGate, que possivelmente implodiu em sua expedição marítima por uma ruptura no casco.
O veículo tinha como destino as profundezas do oceano, onde estão os restos do naufrágio do Titanic – a uma profundidade de cerca de 3.800 metros, além da conhecida zona da meia-noite, local em que a luz solar não penetra e a pressão é 376 vezes maior que a da atmosfera da Terra (ao menos na terra firme).
Nessa marca, as profundezas gélidas e a escuridão completa são mortais para os humanos, sobretudo pela pressão que é exercida de todos os lados. É como esmagar o corpo, o que ocasionaria um colapso total de diversos órgãos vitais.
No entanto, o que para nós é um ambiente desafiador, é o habitat comum de animais que vivem nessa escuridão, resistem muito bem à pressão e, inclusive – alguns geram a própria “luz”.
Peixe com sistema anticongelante
Patagonian Toothfish vive em águas profundas e tem um sistema anticongelante. Imagem: U.S. FDA/Wikimedia Commons
Viver longe do sol é ter a capacidade de se adaptar, e assim é a vida do patagonian toothfish. Seu corpo tem uma proteína anticongelante que lhe permite nadar em águas com temperaturas abaixo de zero grau e ainda assim se manter ativa e com os órgãos em perfeitas condições. Suas escamas são negras, e os peixes adultos podem pesar até 100 kg e viver por até 50 anos.
O porco do abismo
O porco-do-mar (scotoplanes) vive na zona abissal. Imagem: Monterey Bay Aquarium Research I/Wikimedia Commons.
O porco-do-mar (scotoplanes) vive na chamada zona abissal, local abaixo de 4 mil metros, em que a temperatura é congelante e onde poucos animais podem viver. Sua cor é translúcida e ele se alimenta de animais mortos e de outras matérias orgânicas em decomposição.
Tubarão gigante e raro
tubarão-boca-grande (Megachasma pelagios) em exposição. Imagem: opencage/Wikimedia Commons.
O tubarão-boca-grande (Megachasma pelagios) foi avistado poucas vezes e é considerado uma espécie rara. Alguns podem atingir até sete metros de comprimento e ter peso superior a uma tonelada. Mas, apesar de todo tamanho, ele se alimenta principalmente de plânctons, nadando com sua imensa boca aberta “filtrando” as águas das profundezas.
Um monstro das profundezas
De aparência assustadora, os fangtooths (Anoplogaster cornuta) são peixes que vivem nas profundezas, com grandes e afiados dentes, eles são peixes de porte pequeno, mas capazes de predar animais grandes, como atuns.