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Simulação aterrorizante mostra o que acontece com o seu corpo se você for engolido por uma baleia
16/02/2025
Imagine a cena: você está remando calmamente em um kayak, cercado pelas águas geladas do Estreito de Magalhães, no sul do Chile. De repente, uma sombra enorme surge abaixo de você. Em questão de segundos, tudo escurece, e você é engolido por uma força poderosa e inexplicável. Essa não é uma cena de filme de terror, mas a experiência real de Adrián Simancas, um jovem que sobreviveu a um encontro improvável com uma baleia no último final de semana. O incidente, filmado pelo próprio pai de Adrián, reacendeu um debate curioso e arrepiante: o que aconteceria se uma pessoa fosse engolida por uma baleia?
Adrián e seu pai, Dell, estavam explorando a costa patagônica chilena quando a baleia apareceu. Em um vídeo gravado por Dell, é possível ver o momento em que o animal emerge da água e envolve o kayak de Adrián com a boca. Por um instante, tudo parece perdido. Adrián desaparece dentro da boca da criatura, enquanto o pai, em pânico, grita por ajuda. Mas, contra todas as expectativas, a baleia o cuspiu de volta após alguns segundos. “No começo, achei que tinha morrido”, contou Adrián à Associated Press. “Senti como se estivesse me afogando, mas não entendia o que estava acontecendo”.
A male kayaker was swallowed by a humpback whale off Chilean Patagonia before being released seconds later, unharmed.
Adrián Simancas was kayaking with his father, who filmed this video as the massive mammal suddenly surfaced. pic.twitter.com/0nuE6OP88s
— Channel 4 News (@Channel4News) February 13, 2025
Apesar de casos como esse serem raríssimos, a pergunta persiste: seria possível sobreviver dentro de uma baleia? Para responder, um vídeo de simulação criado por Zack D Films em 2023 viralizou nas redes sociais, acumulando mais de 62 milhões de visualizações. A animação detalha, com realismo perturbador, o caminho que uma pessoa percorreria se fosse engolida por um cachalote — a mesma espécie que inspirou a história bíblica de Jonas.
Segundo a narrativa do vídeo, após ser engolido, o corpo humano seria comprimido pela garganta da baleia, que mede cerca de 1,5 metro de diâmetro. Em seguida, a vítima desceria pelo esôfago até uma sequência de câmaras estomacais cheias de ácidos digestivos. Esses líquidos, capazes de dissolver até ossos de lula (alimento comum das baleias), começariam a corroer a pele e os tecidos em minutos. Mesmo que alguém resistisse aos ácidos, a falta de oxigênio dentro do animal levaria à asfixia em poucos minutos.
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A simulação usa um boneco com expressão de pânico permanente, o que intensifica o impacto visual. Nas redes, os comentários variam entre o fascínio e o horror. “Esse canal está me dando fobias novas”, escreveu um usuário. Outro destacou: “O pior é pensar no escuro total, no cheiro e no silêncio… Ninguém te ouviria gritar”.
No caso de Adrián, porém, a realidade foi menos macabra. A baleia envolvida no incidente provavelmente era uma espécie menor, como a baleia-de-bryde ou uma minke, que não têm capacidade de engolir humanos inteiros. Biólogos explicam que a maioria das baleias possui gargantas estreitas, adaptadas para filtrar plâncton ou capturar peixes pequenos. Até mesmo os cachalotes, que têm bocas enormes, não enxergam humanos como presas. O mais provável é que o animal tenha confundido o kayak com um objeto ou simplesmente agido por curiosidade.
Apesar da explicação científica, o susto de Adrián foi real. Após ser cuspido, ele foi resgatado pelo pai, que o rebocou de volta à costa. O vídeo do incidente, assim como a simulação, deixou uma pergunta no ar: por que histórias como essa nos fascinam tanto? Talvez seja a combinação entre o desconhecido dos oceanos e a ideia de que, mesmo em um mundo moderno, a natureza ainda guarda mistérios capazes de nos surpreender — ou aterrorizar.
Enquanto cientistas seguem estudando o comportamento das baleias, casos como o de Adrián continuarão alimentando debates e simulações hipotéticas. E, para quem teme um encontro similar, a boa notícia é que as chances são praticamente nulas. Mas, como diria Adrián, depois de uma experiência dessas, talvez valha a pena evitar kayaks em águas profundas… pelo menos por um tempo.