Prisão de Collor ‘passa a régua’ e manda recado para Bolsonaro

Prisão de Collor ‘passa a régua’ e manda recado para Bolsonaro

25/04/2025 0 Por jk.alien

A prisão do ex-presidente Fernando Collor de Mello, determinada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes na noite de ontem, “passa a régua” e serve como recado enviado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), analisou a colunista Thais Bilenky ao UOL News, do Canal UOL.

Eu vejo [uma relação entre os casos Collor e Bolsonaro], sem dúvida. Eu acho que não há ponto sem nó nessa decisão.

Thaís Bilenky, colunista do UOL

Collor foi preso ontem para cumprir pena de oito anos e dez meses por corrupção e lavagem de dinheiro em um esquema na BR Distribuidora. A prisão foi determinada por Moraes, que rejeitou recursos contra a condenação, ocorrida em 2023. A prisão aconteceu às 4h, segundo seu advogado, quando Collor se deslocava para Brasília para cumprir a pena determinada.

A pena total de Collor, estabelecida pelo STF em 2023, é de oito anos e dez meses de prisão e 90 dias-multa. Desde então, a defesa de Collor e dos outros envolvidos apresentou embargos de declaração para esclarecer pontos do acórdão e rever alguns aspectos da condenação?

O Supremo Tribunal Federal se antecipa ao decretar a prisão a uma crítica de ‘dez anos de denúncia e Collor permanece solto?! E Bolsonaro tão rapidamente vai para detrás das grades (caso ele venha a ser condenado este anos)… Como assim?!’ A prisão de Collor tem esse primeiro efeito, o de passar uma régua e dizer à sociedade que a gente não tolera para ninguém.

E, segundo, vem a questão dos recursos: quando Moraes considera que os recursos são meramente protelatórios, ele está tirando o adiamento de uma eventual prisão de Bolsonaro lá na frente e estabelece um precedente. ‘A gente vai até aqui, se condenado, ele será preso como qualquer cidadão brasileiro, inclusive outro ex-presidente, como Bolsonaro’.
Thaís Bilenky, colunista do UOL…

Josias: Proposta de Fux a pena menor à ‘mulher do batom’ é escalafobética

No UOL News, o colunista Josias de Souza afirmou que a proposta do ministro do STF Luiz Fux, que sugeriu uma pena menor à cabeleireira Débora Santos, acusada de pichar a frase “perdeu mané” com um batom numa estátua no 8 de Janeiro, é esdrúxula e escalafobética.

É culpada ou não é culpada? Já se formou a maioria [do STF] pela culpa. Discute-se agora o tamanho do castigo. Aí vem o Fux com essa dosimetria escalafobética, de 1 ano e 6 meses. Havia o teto de 14 anos e ele vem com um piso tão baixo. Aparentemente, a virtude está no meio.
Josias de Souza, colunista do UOL

Em março, o ministro Alexandre de Moraes, relator do caso, votou para condenar a cabeleireira Débora Rodrigues Santos. Ela é acusada de ter praticado pelo menos cinco crimes, entre eles o de tentativa de golpe de Estado e deterioração de patrimônio tombado (veja a lista de crimes abaixo). O ministro Luiz Fux, no entanto, pediu vista e o julgamento virtual foi suspenso.

Nesta sexta, o plenário retomou a votação. Foi aí que Fux votou para condenar Débora Rodrigues, mas a uma pena menor: de um ano e seis meses de reclusão. Em seu voto, o ministro declarou que ela já ficou presa por mais tempo do que a sentença proposta.

A cabeleireira foi flagrada pichando a frase “Perdeu, mané”, com batom vermelho, no monumento localizado em frente à Corte durante a mobilização de bolsonaristas, em Brasília. A expressão é a mesma dita pelo ministro Barroso, em 2022, quando foi abordado por um apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro enquanto caminhava em Nova York (EUA).