Pessoas estão queimando seus Labubus após descobrirem teoria da conspiração perturbadora

Imagine um boneco de colecionador com um sorriso largo e pontiagudo, olhos arregalados e um ar travesso. Agora, imagine filas intermináveis de pessoas dispostas a esperar horas, e até pagar milhares de reais, para ter um desses. Bem-vindo ao mundo dos Labubu, a sensação que conquistou o coração de colecionadores globais, mas que também despertou uma onda de teorias sombrias.

Esses adoráveis (ou perturbadores, dependendo do seu ponto de vista) bonequinhos não surgiram do nada. Eles são criações do talentoso artista de Hong Kong, Kasing Lung, extraídos de sua série de livros ilustrados “The Monsters”. Nos livros, os Labubu são uma tribo de elfos femininos. Em 2019, essa criatura saltou das páginas para o mundo real graças a uma parceria entre Lung e a gigante chinesa de brinquedos POP MART. Foi o início de uma febre que, seis anos depois, só parece crescer.

Labubus se tornaram uma febre em todo o mundo

O que faz esses bonecos serem tão desejados? Para muitos, é o charme único, o design detalhado e a sensação de exclusividade. Colecionadores exibem seus Labubu com orgulho em estantes especiais, carregam miniaturas presas em bolsas e compartilham fotos nas redes sociais.

Conseguir uma edição limitada ou uma figura rara pode significar status dentro da comunidade. A procura é tanta que lojas físicas registram filas quilométricas no lançamento de novas coleções, e os preços no mercado secundário podem atingir valores impressionantes, facilmente chegando a centenas ou milhares de reais por uma única peça.

No entanto, enquanto a maioria celebra seus Labubu, uma corrente diferente ganha força na internet. Uma teoria intrigante e um tanto sinistra começou a circular. Alguns acreditam que por trás do sorriso fofo e dos olhos brilhantes dos bonecos, esconde-se algo muito mais antigo e ameaçador. A teoria propõe que os Labubu estariam “possuídos” por um demônio ancestral chamado Pazuzu.

Quem é Pazuzu? Sua origem remonta à antiga Mesopotâmia, onde era conhecido como um demônio dos ventos. Enciclopédias como a Britannica relatam que Pazuzu era visto como uma figura poderosa que derrotou outros demônios do vento, tornando-se um protetor contra forças malignas menores – embora ele próprio fosse uma entidade temível.

Pazuzu era o nome do demônio em O Exorcista

O nome pode soar familiar para fãs de cinema de terror: Pazuzu é o demônio central no clássico assustador “O Exorcista”. Embora as representações históricas de Pazuzu (geralmente com corpo escamoso, garras, asas e cabeça de leão ou cachorro) sejam bem diferentes do visual peludo e estilizado do Labubu, os teóricos apontam para o sorriso largo e pontiagudo como uma possível ligação.

Esta crença levou alguns proprietários de Labubu a ações drásticas. Vídeos começaram a surgir, especialmente no TikTok, mostrando pessoas se desfazendo de suas figuras de maneiras radicais. Um exemplo marcante é o de uma usuária conhecida como @jessicavibezx, que compartilhou um vídeo queimando seu boneco Labubu numa fogueira.

A legenda era alarmante: “NÃO COMPREM LABUBU ELES SÃO AMALDIÇOADOS E VÃO ARRUINAR SUA VIDA”. Ela prometeu uma segunda parte do vídeo, insinuando que algo terrível havia emergido da caixa do boneco, descrito como uma “praga de almas” e a “besta do tormento eterno”.

Existem vários modelos diferentes de bonecos Labubu para colecionar

A teoria não se limita a ela. Nas redes, comentários expressam medo e cautela. Um usuário no Twitter foi direto: “Labubu = Pazuzu. Não convide demônios para sua casa”. Outro brincou com a própria suscetibilidade: “Não sou supersticioso, sou um ‘pouco esticioso’. Mas nunca compraria um Labubu. Vem de Pazuzu, que é um demônio, e possuía a garota em O Exorcista. Já temos demônios internos suficientes, quem precisa de mais um, e caro?”.

Enquanto a mania de colecionar Labubu segue a todo vapor, com novas séries e colaborações sendo lançadas regularmente, essa narrativa paralela sobre uma possível maldição demoníaca adiciona uma camada inesperada de fascínio e controvérsia ao fenômeno. O sorriso do Labubu, para muitos um símbolo de alegria e colecionismo, ganhou, para outros, um significado completamente diferente e profundamente inquietante. A febre continua, mas agora com um sussurro de alerta correndo pela internet.