Cientista de Harvard diz que “esferas alienígenas” recuperadas no Pacífico têm origem interestelar
31/08/2023O polêmico Avi Loeb agora quer investigar se os fragmentos são de origem artificial ou natural
No início de julho, Avi Loeb, professor da Universidade Harvard, liderou uma expedição que recuperou restos de um objeto espacial que caiu no fundo do Oceano Pacífico em 2014. Um dos objetivos da missão era determinar se as esferas encontradas poderiam ser destroços de um artefato tecnológico alienígena (suspeita levantada pelo polêmico cientista). Agora, ele disse que as primeiras análises sugerem que esses pequenos fragmentos metálicos têm origem interestelar.
Descoberta histórica
A equipe encontrou cerca de 700 minúsculas esferas metálicas durante a expedição no litoral de Papua-Nova Guiné. Segundo os pesquisadores, 57 dos fragmentos analisados contêm composições que não correspondem a nenhuma liga metálica conhecida na Terra. Os estudos ainda não determinaram se as esferas são de origem artificial ou natural, o que Loeb disse ser a próxima questão que sua pesquisa pretende responder.
Análises iniciais mostram que algumas esférulas contêm abundâncias extremamente altas de berílio, lantânio e urânio, rotuladas como uma composição “BeLaU” nunca vista antes. Essas esférulas também exibem proporções de isótopos de ferro, diferentes daquelas encontradas na Terra, na Lua e em Marte, implicando em conjunto uma origem interestelar. “Essa é uma descoberta histórica porque representa a primeira vez que cientistas analisam materiais de um grande objeto que chegou à Terra vindo de fora do Sistema Solar”, disse Loeb em uma postagem no Medium.
Em um estudo publicado ano passado, Loeb e seu colega Amir Siraj constataram que o pequeno objeto que caiu no Pacífico há nove anos, batizado de CNEOS 2014-01-08 (ou IM1), atingiu a Terra a uma velocidade de 210 mil km por hora, muito acima da média de asteroides originados do nosso Sistema Solar. Eles acreditam que o objeto veio “do interior profundo de um sistema planetário ou de uma estrela no espesso disco da Via Láctea”. Loeb levantou a hipótese de que as características únicas do IM1 e suas origens interestelares abriram a possibilidade de que fosse uma peça de tecnologia extraterrestre.
Loeb e Siraj têm chamado a atenção do público nos últimos anos por defender a tese controversa de que o objeto interestelar Oumuamua seria uma nave alienígena. Em março, Loeb assinou, junto com autoridades do Pentágono, um relatório afirmando que “um objeto interestelar artificial pode potencialmente ser uma nave-mãe que libera muitas pequenas sondas durante sua passagem próxima à Terra”.