
Autoridades emitem alerta após enorme criatura tóxica encalhar em ponto turístico
30/06/2025
Imagine caminhar pela praia e encontrar uma criatura marinha tão grande quanto um carro pequeno, mas feita de gelatina pulsante. Foi exatamente isso que aconteceu recentemente em Willard Beach, uma movimentada praia na cidade de South Portland, Maine, nos Estados Unidos. Um verdadeiro colosso dos oceanos, uma água-viva-juba-de-leão (Cyanea capillata) com impressionantes 1,5 metros de diâmetro, apareceu na areia, causando espanto e alerta.
Autoridades locais foram rápidas em avisar moradores e turistas sobre a presença desses gigantes gentis, mas perigosos. A mensagem é clara e direta: não toque!
Apesar de sua beleza hipnótica, com tentáculos que podem se estender por distâncias incríveis – os maiores registrados ultrapassam 36 metros, superando até mesmo o comprimento de uma baleia-azul adulta –, elas carregam um potente mecanismo de defesa. Esses filamentos, finos como cabelos, mas numerosíssimos, estão repletos de células urticantes chamadas cnidócitos. Ao mínimo contato, disparam um arpão microscópico que injeta toxinas na pele.

O resultado? Uma queimadura intensa e dolorosa. O Wildlife Trust, organização dedicada à conservação, reforça o alerta: a ferroada da juba-de-leão pode ser muito severa. Se alguém for atingido e apresentar inchaço significativo, manchas vermelhas extensas (urticas) ou qualquer reação preocupante, buscar atendimento médico é essencial. Remédios caseiros duvidosos, como urinar sobre o ferimento, não são recomendados e podem até piorar a situação.
O correto é lavar a área afetada com água do mar (nunca água doce) e, se disponível, aplicar vinagre para ajudar a inativar as células urticantes restantes antes de procurar ajuda profissional.
Mas o que fazer se você avistar uma dessas maravilhas naturais encalhadas, como ocorreu em Willard Beach? As orientações das autoridades são precisas. Admire à distância! Observar seu movimento suave e seu corpo em tons vibrantes de vermelho, laranja ou amarelo é uma experiência fascinante.
São criaturas verdadeiramente impressionantes. Em seguida, informe imediatamente um salva-vidas. Os profissionais treinados na praia estão preparados para ajudar a devolver o animal ao mar com segurança, utilizando ferramentas adequadas como pás para evitar contato direto.
A presença marcante dessas águas-vivas gigantes na costa do Maine não é totalmente nova, mas tem se tornado mais frequente e notável nos últimos anos. Desde 2014, o cientista sênior Nicholas Record, do Bigelow Laboratory for Ocean Sciences em East Boothbay, vem monitorando sistematicamente os avistamentos na região.
Uma enorme água-viva juba-de-leão com 1,5 metro de largura foi vista no Maine (Facebook/City of South Portland)
Suas observações revelaram uma tendência intrigante. Enquanto a juba-de-leão é uma espécie tipicamente associada a águas mais frias, subárticas, e já era conhecida no Golfo do Maine, o que chama atenção agora é o tamanho excepcional dos indivíduos encontrados e sua dominância.
Record destacou em entrevistas que, em anos típicos, os maiores espécimes relatados tinham geralmente o tamanho de um prato de jantar (cerca de 30 centímetros). Contudo, recentemente, relatos de águas-vivas com 60 centímetros e até mesmo 1,5 metro de diâmetro, como a de Willard Beach, tornaram-se mais comuns.
Além disso, nas observações registradas na área, praticamente todas as águas-vivas grandes avistadas pertencem à espécie juba-de-leão. Este aumento no tamanho e na frequência dos avistamentos desses gigantes gelatinosos é o que os cientistas consideram o aspecto único da situação atual.
Encontrar uma água-viva-juba-de-leão é um lembrete poderoso das maravilhas e dos mistérios que habitam nossos oceanos. São criaturas antigas, que navegam pelas correntes há milhões de anos. Sua aparição nas praias populares do Maine oferece um espetáculo raro da natureza, mas que exige respeito e cautela.
A beleza translúcida e os movimentos graciosos escondem uma defesa formidável. Aprecie a vista, mantenha uma distância segura e, se necessário, acione os profissionais adequados. Dessa forma, a experiência permanecerá uma memória fascinante, e não um encontro doloroso com um dos maiores invertebrados do planeta.