A vida fora da Terra pode estar nessa Lua misteriosa de Saturno
24/06/2024O elemento fósforo foi detectado pela primeira vez em Encélado, lua de Saturno. Considerado o mais raro dos seis elementos necessários para a formação da vida como conhecemos, o fósforo foi encontrado nos grãos congelados liberados das plumas de Encélado.
As plumas são formadas pelo oceano sob a crosta congelada de Encélado, que escapa através de rachaduras no gelo. Os cientistas já tinham encontrado por lá outros “ingredientes” essenciais para a vida, como carbono e hidrogênio, e suspeitavam que o oceano de Encélado poderia ser rico em fósforo. Entretanto, o elemento ainda não havia aparecido — até agora.
A descoberta veio de um arquivo de dados de missões da NASA, que continha também informações coletadas pela sonda Cassini. Frank Postberg, professor que liderou o novo estudo, passou os últimos cinco anos estudando dados da Cassini obtidos em 2008, quando ela atravessou os gêiseres de Encélado.
Enquanto analisavam medidas de mais de 300 grãos de gelo amostrados pela nave, a equipe encontrou nove deles que chamaram a atenção.
O motivo?
Eles tinham uma assinatura clara de ortofosfato, a única forma do fósforo que pode ser absorvida por seres vivos. “Esta é a primeira vez em que este elemento essencial foi descoberto em um oceano além da Terra”, comemorou Postberg.
Com experimentos, os autores mostraram que o oceano de Encélado parece conter fósforo na forma do fosfato em concentrações significativas, que são pelo menos 100 vezes maiores que aquelas dos oceanos da Terra. Christopher Glein, coautor do estudo, explica que a alta concentração vem das interações entre a água líquida rica em carbono e minerais rochosos dos oceanos de Encélado.
Ele destaca também que o ingrediente pode ser abundante o suficiente para que o oceano de Encélado tenha potencial para abrigar vida. Mas, muita calma nessa hora: Glein ressaltou que nenhuma forma de vida foi encontrada por lá e nem em nenhum outro lugar além da Terra. “Ter os ingredientes é necessário, mas eles podem não ser suficientes para um ambiente extraterrestre abrigar vida”, relembrou.
Fonte:
[Espaço]