Filme proibido em vários países foi tão perturbador que diretor de festival foi preso por exibi-lo…Ver mais
29/03/2024Filmes de terror são como aquele pote de azeitona na despensa – ou você ama ou odeia. Para os aficionados por filmes um tanto controversos, um filme assustador de primeira é aquele que deve causar calafrios na espinha, e mais um pouco.
No entanto, às vezes, um filme ultrapassa o limite do “demais”. A fronteira? Ah, ela é totalmente variável, literalmente. Diferentes países, diferentes regras. Alguns podem fazer cortes no filme para suavizá-lo, ou em casos extremos, impor uma proibição total.
Um exemplo clássico: o chocante “A Serbian Film – Terror sem Limites”, de 2010. Esse não é apenas mais um filme na seção de terror. Ele se tornou notoriamente conhecido como um dos filmes de terror mais impressionantes, que faz você querer cobrir os olhos e, vamos ser sinceros, revirar o estômago.
Imagine isso: uma estrela pornô semi-aposentada pensa que está assinando contrato para mais um trabalho artístico antes de se aposentar. Reviravolta – não é um filme artístico comum, mas um mergulho no mundo sombrio e profundo dos filmes snuff, repleto de temas que vão fazer você pausar o filme. Estamos falando de perturbações que envolvem n3crofilia, p3dofilia e, prepare-se, o est4pro de um bebê. Sim, é pesado assim.
Com sua abordagem sem limites para violência e conteúdo sexual, A Serbian Film se encontrou na lista negra em lugares como Austrália, Malásia e Noruega. Srđan Spasojević, a mente por trás do filme, o apresentou pela primeira vez ao público americano no festival South by Southwest de 2010. Mas sua estreia no Reino Unido?
Essa enfrentou problemas. O Conselho de Westminster interveio, insistindo que o filme precisava ser revisado pela BBFC antes de sua exibição no Film Four FrightFest. O veredito? Foram necessários 49 cortes, totalizando quase quatro minutos. A resposta do festival? Uma recusa em exibir o filme.
O drama não terminou aí. Quando *A Serbian Film* foi exibido em uma sessão somente para adultos no Festival de Cinema de Sitges, na Espanha, em outubro de 2010, provocou uma nova onda de controvérsia. O filme foi proibido na Espanha por “ameaçar a liberdade sexual”. E quando o festival ousou exibi-lo, o diretor Angel Sala se viu em apuros, enfrentando acusações de exibir pornografia infantil, provocadas por reclamações de um grupo católico romano. Embora as acusações tenham sido eventualmente retiradas, isso gerou um debate.
Spasojević, falando ao IndieWire, não pôde deixar de encontrar um certo humor negro na situação. A ideia de que os filmes ainda poderiam ser vistos como uma espécie de ofício místico e quase sinistro o divertia. No entanto, ele não conseguia se livrar da tristeza que a controvérsia também destacava – um testemunho da falta de verdadeira liberdade no mundo. Para ele, o filme e o drama que se seguiu sublinharam uma resistência tanto à correção política quanto a um certo tipo de fascismo social.