Imagens da NASA mostram fungos em Marte de acordo com cientistas
18/03/2024Novo estudo publicado no periódico Advances in Microbiology revela fungos se proliferando na superfície de Marte
Um grupo internacional de pesquisadores acredita ter encontrado as mais fortes evidências de vida em Marte até agora: fungos marcianos que inclusive, foram esmagados pelas rodas dos rovers e depois cresceram novamente!
Em um recente artigo revelado na publicação científica ‘Advances in Microbiology’, uma equipe de cientistas afirma ter encontrado evidências convincentes de vida na superfície de Marte. Mais exatamente fungos.
Os especialistas analisaram fotos do planeta vermelho feitas pelos rovers Curiosity e Opportunity, que mostravam detalhes da superfície marciana.
De acordo com a pesquisa, existe a hipótese de fungos procariontes e eucariontes estarem “colonizando” Marte.
Mas antes que se pense que esses seriam fungos marcianos, os cientistas avisam que tudo leva a crer que essas formas de vida chegaram até nosso planeta vizinho saindo da Terra. Ou seja: seriam uma “contaminação” que foi levada ao Planeta Vermelho.
O artigo afirma: “Uma fonte óbvia de vida em Marte seria a Terra. É provável que ventos solares tenham carregado detritos e poeira com microbios da nossa extratosfera e mesosfera, para o Espaço profundo, contaminando Marte repetidamente”.
As duas imagens mostram o crescimento de 15 supostas espécimes de fungos ao longo de três dias em Marte.
Créditos: NASA / JPL
Os cientistas responsáveis pela pesquisa também afirmam que os fungos podem sim prosperar mesmo em ambientes com radiação intensa.
No resumo do artigo os pesquisadores escreveram: “Uma variedade de espécies continuam viáveis depois de longa exposição a ambientes de radiação intensa no espaço e podem sobreviver a ejeção da Terra, seguindo impactos de asteroides e a esterilização de naves com destino a Marte; enquanto estudos de simulação mostraram que procariontes, fungos e líquenes podem sobreviver em ambientes marcianos simulados – descobertas que sustentam a hipótese de que a vida pode ter sido repetidamente transferida da Terra para Marte”.
Segundo a equipe responsável pelo estudo, os itens observados na imagem lembram fungos do tipo basidiomycota, com aparência redonda que se assemelha a uma bola com espinhos, muito comuns na Terra.
Os pesquisadores destacaram que as fotos sequenciais documentam os espécimes marcianos que emergem do solo e aumentam de tamanho. E não para por aí: o grupo de estudiosos ainda observou que após serem esmagados pelas rodas dos rovers, novos “fungos” esféricos, alguns com talos, apareceram no topo dos restos antigos.
O artigo ainda vai além, e afirma que “espécimes semelhantes a bactérias-fungos negros também apareceram em cima dos veículos espaciais”.
Suposta colônia de bactérias ou fungos no rover Cuirosity em Marte.
Créditos: NASA / JPL-Caltech
Os cientistas da missão também analisaram imagens da HiRISE, câmera da sonda Mars Reconnaissance Orbiter, que orbita Marte, e afirmaram ter encontrado evidências de “espécimes amorfos, que mudaram de forma e localização, depois desapareceram dentro de uma fenda”.
Na conclusão do artigo, o time de pesquisadores ainda afirma que “já está bem estabelecido que uma variedade de organismos terrestres sobrevivem a condições semelhantes às de Marte. Seria surpreendente se não houvesse vida em Marte”.
Mas antes que possamos comemorar essa suposta prova de vida em Marte, os próprios pesquisadores advertiram que essas evidências não são provas de vida.
Em 2019, a evidência de fungos e cogumelos em Marte já havia sido colocada, porém, o estudo dessa vez foi aceito para publicação na renomada revista científica, e com isso, ganhou repercussão.
Segundo eles próprios, não temos como descartar completamente que essas formas que se parecem com fungos sejam na verdade qualquer outra coisa, como minerais ou mesmo produtos do clima marciano ou de forças geológicas desconhecidas que ocorrem exclusivamente em Marte.
Claro que futuras pesquisas ainda poderão confirmar ou descartar essas descobertas, mas pelo menos por enquanto, ainda não podemos afirmar que finalmente descobrimos vida no Planeta Vermelho!