Cavaleiros Templários, Maçonaria e Illuminati: o que há por trás das sociedades secretas
07/02/2023As sociedades secretas atiçam a imaginação do público há milênios. O fascínio em relação a elas tem origem em mistérios e lendas. São comuns teorias da conspiração que vinculam grupos como os Illuminati aos mais diversos fatos, desde a Revolução Francesa até o assassinato de John Kennedy. Mas é importante separar fato da ficção. Aqui estão as histórias reais por trás de algumas das sociedades secretas mais célebres da história.
1 – Cavaleiros Templários
Os Cavaleiros Templários eram guerreiros dedicados a proteger os peregrinos cristãos que viajavam até a Terra Santa durante as Cruzadas. A ordem militar foi fundada por volta de 1118 por Hugues de Payens, um cavaleiro francês. Sediados no Monte do Templo, em Jerusalém, seus membros se comprometiam a levar uma vida de castidade, obediência e pobreza, abstendo-se de jogos, álcool e até palavrões.
Mas os Cavaleiros Templários ficaram conhecidos por outros fatores, além de suas proezas militares e estilo de vida. Eles se tornaram uma das forças mais ricas e poderosas da Europa após a criação de um banco que permitia aos peregrinos depositar dinheiro em seus países de origem e retirá-lo na Terra Santa.
Sua influência aumentou de forma significativa em 1139, quando o papa Inocêncio II emitiu uma bula papal isentando-os de pagar impostos e decretando que a única autoridade à qual tinham que responder era o papa. No auge de seu poder, os Cavaleiros Templários possuíam a ilha de Chipre, uma frota de navios e emprestavam dinheiro aos reis. Mas nem todos estavam felizes com a situação.
Quando as Cruzadas terminaram, os Cavaleiros Templários se retiraram para Paris, onde se concentraram em seus empreendimentos bancários. Em 13 de outubro de 1307, o rei Filipe IV da França, a quem os Templários negaram empréstimos, prendeu e torturou um grupo de cavaleiros até que confessassem falsamente a prática de atos de depravação. Em 1309, dezenas de seus membros foram queimados na fogueira por seus supostos crimes.
Sob pressão da coroa francesa, o papa Clemente V dissolveu formalmente a ordem em 1312 e distribuiu sua riqueza. Logo, boatos de que os Cavaleiros Templários guardavam artefatos como o Santo Graal e o Sudário de Turim começaram a fervilhar entre os teóricos da conspiração. Livros e filmes populares como O Código Da Vinci ainda continuam a inspirar curiosidade sobre os Cavaleiros Templários.
2 – Maçonaria
A origem dos maçons remonta à Idade Média na Europa, época em que a maioria dos artesãos se organizava em guildas. Os construtores de catedrais, por natureza da profissão, precisavam viajar de cidade em cidade (a palavra “maçom” tem origem francesa e significa “construtor” ou “pedreiro”). Eles se identificavam por meio de sinais de seu ofício, como o esquadro e o compasso, que formam o símbolo icônico da Maçonaria.
A referência mais antiga aos maçons está no Poema Regius ou Manuscrito Halliwell, que foi publicado em 1390, mas a Maçonaria como a conhecemos hoje foi fundada em 1717, quando quatro lojas de Londres se fundiram para formar a primeira Grande Loja da Inglaterra. A Maçonaria se espalhou rapidamente pela Europa e pelas colônias americanas. No Brasil, a primeira Loja foi fundada em 1796, em Pernambuco.
A Maçonaria não é uma religião, embora seus membros sejam incentivados a acreditar em um Ser Supremo, ou “Grande Arquiteto do Universo”. Os templos maçônicos e os rituais secretos colocaram a instituição em conflito com a Igreja Católica. A Igreja condenou os maçons pela primeira vez em 1738, emitindo cerca de 20 decretos contra eles. Em 1985, os bispos católicos romanos reafirmaram essas restrições em face de um número crescente de católicos que aderiram à ordem. Atualmente, existem no mundo aproximadamente 6 milhões de maçons, entre eles 2 milhões nos Estados Unidos, 238 mil na Inglaterra e 211 mil no Brasil.
3 – Illuminati
Os Illuminati foram fundados pelo professor Adam Weishaupt na Baviera em 1º de maio de 1776. Irritado com o poder da Igreja Católica conservadora e da monarquia da Baviera, ele procurou deixar para trás a religião organizada em favor de uma nova forma de “iluminação” por meio da razão. Inspirado pela expansão do Iluminismo pela Europa, ele também buscou inspiração nos jesuítas, nos Mistérios dos Sete Sábios de Memphis, na Cabala e nos maçons. Weishaupt até mesmo infiltrou-se em lojas maçônicas com o objetivo de recrutar alguns dos homens mais ricos e influentes da Europa para sua ordem.
Diversos membros dos Illuminati da Baviera, chamados de “Perfectibilistas”, vieram das elites sociais, incluindo nobres como o ex-maçom Barão von Knigge e o escritor Johann Wolfgang von Goethe. Toda a comunicação da ordem era feita por meio de códigos e seus membros adotaram alcunhas clássicas (a de Weishaupt, por exemplo, era Spartacus).
A organização floresceu antes de ser eliminada durante o reinado de Carlos Teodoro na Baviera. Em 1787, ele emitiu um decreto que previa a pena de morte para os Illuminati. Mas o fim da ordem na Baviera não acabou com os boatos sobre suas atividades clandestinas. Teóricos da conspiração vincularam o grupo a acontecimentos como a Revolução Francesa e o assassinato de JFK. Os Illuminati serviram de inspiração para obras como Anjos e Demônios, de Dan Brown, e O Pêndulo de Foucault, de Umberto Eco.
Fonte: History.com
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