Lançado Em 1993, Satélite Brasileiro Bate Recorde Mundial Com Mais De 30 Anos De Operação
08/09/2023O Satélite de Coleta de Dados (SCD-1), desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), bateu recorde mundial de operação. Lançado ao espaço em 9 de fevereiro de 1993, o módulo completou 30 anos, 4 meses e 4 dias em órbita, superando o satélite japonês Geotail, cujas operações foram encerradas em novembro do ano passado. em 1979, o satélite representou um passo em direção à autonomia brasileira de acesso ao espaço. O recorde operacional do SCD-1 foi alcançado no dia 17 de junho, ultrapassando a linha de mais de três décadas de contribuição à pesquisa e análise científica do INPE.
“Esse lançamento foi uma grande conquista para o Brasil”, disse Adenilson Roberto da Silva, coordenador geral de Engenharia, Tecnologia e Ciências Espaciais do INPE, instituto de pesquisa integrado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações. 1 é o primeiro satélite artificial de observação projetado, desenvolvido, testado e operado pelo Brasil. As expectativas iniciais apontavam para uma vida útil de apenas um ano para o equipamento, claramente superada em mais de trinta vezes. segundo Adenilson.
Com o avanço da tecnologia nas últimas décadas, os satélites passaram a adotar um formato mais compacto e a desempenhar diversas funções, o que, segundo o pesquisador, pode levar à ocorrência de falhas nos dispositivos. Para aumentar a complexidade, os satélites têm uma “data de validade” especificada e, na maioria dos casos, a vida útil estimada é cumprida. Seguindo esse raciocínio, Adenilson acredita que será difícil superar o recorde do SCD-1.
Neste contexto, o SCD-1 foi desenvolvido com as melhores tecnologias disponíveis. O satélite possui controle de orientação passivo, mas não possui propulsão a bordo. Isto significa que não é possível realizar operações de descomissionamento, se necessário. “Assim, [o satélite] terá que continuar operando até que ocorra uma falha grave e ele deixe de se comunicar com as antenas no solo. No estado atual, a velocidade de rotação, que é o princípio físico que a estabiliza, diminuiu muito e continuará diminuindo”, explica.
Agora, espera-se que o SCD-1 tenha sua vida útil encerrada no curto prazo, já que a redução de sua velocidade de rotação é causada por agentes externos e estão fora de controle. “Não se espera uma vida longa a partir deste momento”, disse o pesquisador. Em breve, o Brasil deverá iniciar o projeto de um novo satélite em parceria com a China. Atualmente, o satélite brasileiro desempenha o papel de receber dados ambientais coletados por plataformas instaladas em diversas regiões do território nacional e redirecioná-los para as estações terrestres do Inpe, localizadas em Cuiabá (MG) e Natal (RN). Os dados são registados num sistema nacional e depois disponibilizados ao público.