
Por que as moedas têm ranhuras nas bordas? Veja no primeiro comentário
28/09/2025
Descubra por que as moedas dimes e quarters têm ranhuras nas bordas.
Você provavelmente já segurou uma moeda de dime ou quarter centenas de vezes, usou em parquímetros ou até jogou no ar para decidir algo.
Mas já reparou nas pequenas ranhuras ao redor delas? Aqueles sulcos não estão ali por acaso.
Mais do que um detalhe estético, eles carregam uma história de mais de 300 anos, que mistura ciência, economia e segurança contra fraudes.
O problema: o “Clipping” de moedas
No século XVII, quando moedas eram feitas de metais preciosos como prata, surgiu um golpe comum conhecido como coin clipping.
Criminosos raspavam pequenas lascas das bordas das moedas, reuniam o metal e transformavam em lingotes, enquanto continuavam a usar as moedas “mutiladas” pelo valor original.
Era um esquema difícil de perceber em pequenas quantidades, mas devastador quando praticado em larga escala, comprometendo a circulação e até a confiança na moeda.
A solução de Isaac Newton
Em 1696, Isaac Newton, famoso por suas descobertas na física, foi nomeado responsável pela Casa da Moeda da Inglaterra.
Entre suas tarefas estava acabar com o clipping. Sua solução foi simples e genial: introduzir ranhuras regulares nas bordas das moedas.
Com esse padrão, qualquer tentativa de raspar a prata ficava imediatamente visível, já que as bordas ficariam quebradas ou irregulares.
Como nenhuma tecnologia da época conseguia imitar com precisão o trabalho da Casa da Moeda, o sistema se mostrou altamente eficaz.
Foi uma das primeiras medidas de segurança contra falsificação — e funcionou tão bem que permanece até hoje.
Por que algumas moedas ainda têm ranhuras?
Atualmente, moedas comuns já não são feitas de prata ou ouro, mas de ligas metálicas mais baratas.
Mesmo assim, dimes, quarters e half-dollars nos Estados Unidos continuam com bordas serrilhadas. Isso acontece por três motivos principais:
- Segurança: As ranhuras ainda dificultam a falsificação, já que máquinas de venda automática e bancos conseguem identificar moedas pelo número e pela profundidade dos sulcos.
- Acessibilidade: Para pessoas cegas ou com baixa visão, a textura das bordas ajuda a diferenciar moedas. Pennies e nickels, com bordas lisas, contrastam claramente com dimes e quarters, que têm ranhuras. Esse benefício inclusivo não foi planejado no século XVII, mas hoje é essencial.
- Tradição e Familiaridade: As ranhuras fazem parte da identidade das moedas. Elas influenciam o som, a forma como rolam e até a percepção de valor. Em um mundo cada vez mais digital, o aspecto tátil ainda mantém um simbolismo importante.
E os pennies e nickels?
Você já deve ter percebido que pennies e nickels têm bordas lisas. Isso acontece porque, historicamente, nunca foram feitos de metais preciosos.
Como não havia risco de raspagem para extração de prata, não havia motivo para aplicar ranhuras.
Um detalhe que fez história
O que começou como uma forma de proteger a economia no século XVII acabou se tornando parte da tradição monetária.
Hoje, as ranhuras continuam presentes, não apenas como um legado de Isaac Newton, mas também como ferramenta de segurança e acessibilidade.
Da próxima vez que segurar um dime ou quarter, lembre-se: aquelas pequenas marcas contam uma grande história.