Trump não recua e vai para cima de Moraes e Lula e choca a todos ao dizer q…Ver mais

Trump não recua e vai para cima de Moraes e Lula e choca a todos ao dizer q…Ver mais

12/08/2025 0 Por jk.alien

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, prepara-se para retomar e ampliar as críticas ao governo brasileiro e ao ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, por uma suposta perseguição política ao ex-presidente Jair Bolsonaro e seus aliados.

A informação consta em um trecho do relatório anual de direitos humanos do Departamento de Estado norte-americano, obtido com exclusividade pelo jornal The Washington Post, que será apresentado ao Congresso americano nesta terça-feira (12). O documento promete gerar repercussão tanto em Washington quanto em Brasília, reacendendo o debate sobre liberdade de expressão e interferência internacional.

Segundo o jornal, o rascunho do capítulo sobre o Brasil acusa a gestão de esquerda brasileira de “suprimir de forma desproporcional o discurso de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro”, que enfrenta investigações no país sob acusação de tentar permanecer no poder por meio de uma tentativa de golpe violento. A escolha das palavras pelo Departamento de Estado não apenas reforça a visão crítica da Casa Branca, mas também coloca em pauta o alinhamento ideológico de Trump com setores conservadores brasileiros. Essa posição, se confirmada, tende a inflamar a relação diplomática entre os dois países.

O relatório descreve ainda que Alexandre de Moraes, ministro do STF e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) durante o período eleitoral, “determinou pessoalmente a suspensão de mais de 100 perfis de usuários na plataforma de mídia social X (antigo Twitter), de uma forma que impactou apoiadores de Bolsonaro na extrema direita”. A referência direta ao magistrado, nominalmente citado, confere ao documento um tom de acusação incomum em relatórios diplomáticos, normalmente mais genéricos ao abordar autoridades estrangeiras. Para analistas, essa linguagem pode indicar que a Casa Branca pretende adotar um posicionamento mais assertivo em relação à política interna brasileira.

Produzido anualmente pelo Departamento de Estado, o relatório de direitos humanos é considerado um dos documentos mais influentes da política externa americana, servindo de base para decisões diplomáticas e até sanções econômicas. Embora trate de violações de direitos em diversos países, a inclusão de críticas tão específicas ao Brasil é vista como um movimento calculado de Trump para pressionar o governo brasileiro e, simultaneamente, agradar à base eleitoral que apoia Bolsonaro. Procurado pelo Washington Post, o Departamento de Estado não comentou oficialmente sobre o conteúdo do rascunho, mantendo a política de não se pronunciar antes da divulgação final do relatório.

Em conversa reservada com a imprensa, um funcionário do Departamento de Estado, que pediu anonimato, afirmou que “governos em todo o mundo continuam a usar a censura, a vigilância arbitrária ou ilegal e leis restritivas contra vozes desfavorecidas, muitas vezes por motivos políticos e religiosos”. Embora não tenha citado o Brasil diretamente, a declaração ecoa as críticas que constam no relatório e sinaliza que a Casa Branca pretende colocar a liberdade de expressão como pauta prioritária nas relações internacionais durante o atual mandato de Trump.

O histórico recente mostra que o embate entre Trump e Moraes não é novo. Em julho deste ano, o governo norte-americano aplicou sanções ao ministro com base na Lei Magnitsky, que permite à Casa Branca punir estrangeiros considerados responsáveis por graves violações de direitos humanos. As sanções incluem restrições de visto e bloqueio de bens nos Estados Unidos, medida rara contra autoridades de países aliados. À época, a decisão foi duramente criticada por integrantes do governo brasileiro, que classificaram a medida como “ingerência inaceitável” e “ataque à soberania nacional”.

A expectativa é que, com a divulgação oficial do relatório, a tensão diplomática entre Brasília e Washington aumente, especialmente se Trump usar o documento como base para novos discursos e ações políticas. Nos bastidores, aliados do governo brasileiro avaliam que a postura da Casa Branca pode ser interpretada como tentativa de enfraquecer instituições nacionais e favorecer grupos alinhados ao ex-presidente Bolsonaro. Já apoiadores de Trump e Bolsonaro enxergam no relatório uma prova de que há, de fato, perseguição judicial contra o ex-mandatário brasileiro. O desenrolar dessa disputa deve colocar o Brasil no centro do tabuleiro geopolítico nos próximos meses, com repercussões que podem ultrapassar as fronteiras do debate jurídico e alcançar a arena comercial e diplomática.