
Piloto da Air India “disse palavras sinistras ao copiloto na decolagem” antes de acidente fatal que matou 260 pessoas
19/07/2025
Imagine um gigante de metal, um Boeing 767, desprendendo-se da pista do Aeroporto de Ahmedabad num dia de junho. Tudo parece normal até que, subitamente, o rugido poderoso de seus motores se transforma num silêncio assustador.
O que se seguiu foi uma tragédia de proporções imensas: o avião caiu sobre uma república estudantil do BJ Medical College, ceifando a vida de 260 pessoas – 241 a bordo e 19 em terra. Apenas uma alma sobreviveu milagrosamente, Vishwash Kumar Ramesh. Mas o que aconteceu nos instantes anteriores ao desastre?
Um relatório preliminar lançou uma luz perturbadora, porém cheia de dúvidas, sobre os momentos finais na cabine de comando. A investigação aponta para um evento crítico e inexplicável: os interruptores que controlam o fornecimento de combustível para os dois motores principais foram movidos para a posição “CORTE” (CUTOFF).
O detalhe mais arrepiante? O relatório afirma que nenhum dos dois pilotos – o Capitão Sumeet Sabharwal e o Primeiro Oficial Clive Kunder – parece ter feito isso intencionalmente. Como então os interruptores mudaram de posição?
As gravações da cabine (CVR) revelam um diálogo tenso e confuso. Fontes familiarizadas com o conteúdo dessas gravações revelaram ao jornal Corriere della Sera uma troca de palavras particularmente enigmática. Pouco antes da decolagem, o Capitão Sabharwal teria dito ao Primeiro Oficial Kunder: “O avião está em suas mãos”. Embora seja prática relativamente comum o primeiro oficial realizar a decolagem sob supervisão do capitão, a escolha das palavras, no contexto do que veio depois, ganha um peso sombrio.
A sequência de eventos técnicos, reconstruída a partir dos dados do gravador de voo (FDR), é precisa e fria. Os interruptores de corte de combustível do Motor 1 e do Motor 2 foram movidos para CORTE um após o outro, com apenas 1 segundo de diferença. Imediatamente, o fornecimento vital de combustível cessou. Os motores, que estavam no auge da potência para a subida, começaram a perder rotação (N1 e N2 diminuíram). O gigante de metal começou a perder força e altitude de forma catastrófica.
O caos se instaurou na cabine. As gravações capturam um dos pilotos perguntando ao outro: “Por que você cortou?”. A resposta imediata foi um negativa: “Eu não fiz isso!”. A acusação e a negação ecoavam no espaço confinado, enquanto a aeronave perdia altura rapidamente. Em um esforço desesperado para recuperar os motores, alguém moveu os interruptores de volta para “FUNCIONAMENTO” (RUN), primeiro para o Motor 1 e, cerca de 4 segundos depois, para o Motor 2.
Quando isso acontece em voo, o sistema computadorizado de controle dos motores (FADEC) tenta automaticamente um processo de religamento e recuperação da potência. Houve uma breve e frágil esperança? Talvez. Pouco após a tentativa de religar o segundo motor, um dos pilotos transmitiu o sinal de socorro mais urgente: “Mayday, Mayday, Mayday!”. Mas já era tarde demais. Os controladores de tráfego aéreo observaram, impotentes, a trajetória descendente terminando tragicamente fora dos limites do aeroporto.
O impacto foi devastador. A aeronave se chocou contra cinco prédios da república estudantil, causando danos estruturais enormes e deflagrando um intenso incêndio. A força da colisão e o fogo subsequente destruíram completamente o avião. A Air India, diante dos terríveis achados preliminares, reiterou seu apoio às famílias enlutadas e aos afetados pela tragédia, mantendo o luto pela imensa perda.
A investigação continua, buscando desvendar o mistério central: quem, ou o quê, moveu os interruptores de combustível, condenando o voo AI171 ao seu destino final? As palavras do capitão ecoam agora como um enigma sem resposta imediata.