Resfriamento repentino do Oceano Atlântico confunde cientistas

Resfriamento repentino do Oceano Atlântico confunde cientistas

04/11/2024 0 Por jk.alien

Embora essa área fria incomum esteja gradualmente voltando aos níveis normais, a causa exata dessa queda abrupta de temperatura permanece desconhecida, deixando os cientistas confusos.

Pesquisadores estão investigando ativamente os fatores por trás desse rápido resfriamento no Atlântico tropical, mas até agora, seus esforços renderam poucas respostas. “É um mistério que todos estão tentando resolver”, diz Franz Tuchen, pesquisador de pós-doutorado na Universidade de Miami.

A anomalia fria apareceu pela primeira vez como uma faixa de oceano alguns graus ao norte e ao sul do equador no início de junho, após uma onda de calor oceânica sem precedentes que durou quatro décadas.

Embora a região normalmente oscile entre fases mais quentes e mais frias a cada poucos anos, a rápida mudança de temperaturas recordes para temperaturas recordes foi “sem precedentes”, de acordo com Tuchen.

Michael McFadden, um cientista sênior da National Oceanic and Atmospheric Administration (NOAA) que rastreia dados de bóias em tempo real na região, especula que isso pode ser um fenômeno temporário. No entanto, ele admite que os processos subjacentes responsáveis ​​por essa anomalia ainda não são totalmente compreendidos pelos cientistas.

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Cientistas estão estudando uma faixa bastante grande do Atlântico equatorial que esfriou bruscamente desde o início de junho. Foto: NOAA

Dados mostram que em fevereiro e março, as temperaturas da superfície no Atlântico equatorial oriental atingiram um recorde de 30 graus Celsius. Em junho, no entanto, as temperaturas caíram drasticamente, atingindo uma baixa de 25 graus Celsius no final de julho.

Alguns pesquisadores acreditam que esse resfriamento pode sinalizar o início de uma Niña Atlântica, um padrão climático regional conhecido por trazer mais chuvas para a África Ocidental e menos chuvas para o nordeste do Brasil e o Golfo da Guiné.

No entanto, a Niña do Atlântico é geralmente mais fraca do que a mais conhecida La Niña do Pacífico e não é observada desde 2013. Para ser oficialmente reconhecida, temperaturas abaixo da média devem persistir por pelo menos três meses — uma condição que não foi atendida, pois as temperaturas têm aumentado gradualmente nas últimas semanas, de acordo com Tuchen.

Apesar da ausência de uma Niña no Atlântico confirmada, os cientistas ainda não têm certeza do que causou o resfriamento drástico no Atlântico tropical.

Eles exploraram vários mecanismos climáticos potenciais para explicar o evento. Embora descobertas iniciais sugiram que ele pode não estar diretamente conectado à mudança climática induzida pelo homem, os pesquisadores ainda não estão prontos para descartar completamente essa possibilidade.