Arqueólogos desenterraram ‘túmulo de gigantes’ de 5.000 anos na China

Arqueólogos desenterraram ‘túmulo de gigantes’ de 5.000 anos na China

13/10/2024 0 Por jk.alien

Em 2016, uma escavação em um assentamento neolítico tardio em Jiaojia, uma vila na província de Shandong, China, revelou uma descoberta fascinante de um grupo de indivíduos excepcionalmente altos que viveram há cerca de 5.000 anos. Esses antigos “gigantes” se destacaram na história, sugerindo as potenciais tendências de crescimento futuro da raça humana.

O túmulo de um indivíduo de alto escalão, com cerâmica e outros itens.

A escavação e descobertas significativas

A escavação, liderada por pesquisadores da Universidade de Shandong, desenterrou uma infinidade de artefatos intrigantes em Jiaojia. De acordo com a agência de notícias estatal chinesa Xinhua, o local revelou 104 casas, 205 sepulturas e 20 fossos de sacrifício. Esta área, um cemitério neolítico tardio, era habitada pela cultura Longshan, também conhecida como a “cultura da cerâmica preta”, que prosperou de cerca de 3000 a 1900 a.C.

Acredita-se que a bacia do Rio Amarelo é o local onde a etnia chinesa foi formada e desenvolvida.

A análise dos esqueletos encontrados durante a escavação mostrou que essas pessoas antigas eram excepcionalmente altas — muitas delas ultrapassando 180 centímetros. O homem mais alto descoberto media aproximadamente 192 centímetros. Comparados à altura média dos homens neolíticos (cerca de 167 centímetros) e mulheres (cerca de 155 centímetros), esses indivíduos eram realmente “gigantes” de seu tempo.

Razões por trás da altura incomum

Itens de cerâmica e jade foram encontrados no local.

Cientistas sugerem que a altura incomum desses indivíduos pode ser atribuída a fatores genéticos e ambientais. Notavelmente, a altura continua sendo uma característica definidora das pessoas em Shandong hoje. Dados de 2015 indicam que a altura média de homens de 18 anos na região é de 179 centímetros, 5 centímetros mais alto que a média nacional.

Fang Hui, chefe da escola de história e cultura da Universidade de Shandong e pesquisador líder da escavação, observou que a civilização neolítica tardia em Jiaojia estava envolvida na agricultura. Isso significa que os moradores tinham acesso a uma variedade de alimentos nutritivos, com o milheto sendo uma cultura comum e os porcos desempenhando um papel significativo na criação de animais. Essa dieta estável e saudável provavelmente influenciou as proporções físicas dos antigos chineses, incluindo sua altura.

Comparação com outras culturas

Um dos esqueletos extraordinariamente altos revelados por arqueólogos.

Curiosamente, os indivíduos mais altos da cultura Longshan foram encontrados em tumbas, sugerindo que pertenciam a estratos sociais mais altos e, portanto, tinham acesso a uma melhor nutrição. Por outro lado, comunidades vizinhas podem não ter tido uma dieta tão equilibrada ou condições ambientais tão favoráveis, contribuindo para estaturas mais baixas. Por exemplo, alguns dos menores povos pré-históricos foram os maias da América Central, com alturas médias de 158 centímetros para homens e 146 centímetros para mulheres.

A noção de que a altura como uma característica genética benéfica existia muito antes da era Neolítica e do povo Longshan é apoiada por um estudo recente de cientistas tchecos da Universidade Masaryk. Eles encontraram genes de altura entre a cultura Gravettiana, europeus do Paleolítico tardio que viveram de 50.000 a 10.000 anos atrás e eram caçadores de mamutes. Os mais altos entre eles atingiram alturas de 182 centímetros.

O local da escavação.

Pavel Grassgruber, um dos principais autores do estudo sobre a cultura gravetiana, declarou: “Uma abundância de proteínas de alta qualidade e uma baixa densidade populacional criaram condições ambientais que levaram à seleção genética de machos altos”.

Fatores que influenciam a altura

Embora esteja claro que muitos fatores influenciam o crescimento humano — ecologia, hereditariedade, várias doenças e assim por diante — as razões exatas pelas quais alguns grupos são mais altos do que outros permanecem complexas e multifacetadas. O estudo do crescimento humano ainda tem muitos pontos cegos devido às inúmeras variáveis ​​envolvidas.

A descoberta dos antigos “gigantes” em Jiaojia não só estimula a curiosidade, mas também fornece insights valiosos sobre a evolução e o desenvolvimento de características físicas humanas ao longo do tempo. Essas descobertas enriquecem nossa compreensão da cultura e da sociedade de povos antigos e abrem novos caminhos para a pesquisa sobre as influências genéticas e ambientais na altura humana. À medida que os cientistas continuam a analisar essas descobertas, podemos esperar descobrir detalhes ainda mais fascinantes sobre a vida de nossos ancestrais distantes.