Atlântida: descoberta científica poderia confirmar a lenda da cidade perdida
15/07/2024Pesquisadores afirmam que descobriram “um fragmento de continente que foi desmembrado no meio do Oceano Atlântico”
Uma descoberta feita por pesquisadores espanhóis tem revivido a antiga lenda de Atlântida, o continente perdido descrito por Platão há 2.300 anos. Isso porque os pesquisadores da Universidade de Granada encontraram rochas de microcontinentes submersos no Atlântico em um passado distante. Um estudo sobre a descoberta, liderado pelos professores Fernando Bea e Pilar González Montero, foi publicado no periódico científico Petrology.
Microcontinentes povoados por hominídeos?
A equipe de cientistas descobriu que rochas oceânicas do fundo do Atlântico Central com idades inferiores a 2-3 milhões de anos continham minerais de zircão herdados de rochas continentais muito mais antigas, com idades entre 200 e 3,2 bilhões de anos. Segundo os pesquisadores, o zircão pode ser considerado uma cápsula do tempo, pois é capaz de abrigar informações codificadas sobre a composição isotópica dos elementos que o constituem. Esse mineral pode cristalizar elementos radioativos como o tório e o urânio, que se degradam em diversos isótopos de chumbo, sendo possível calcular seu tempo de cristalização com alta precisão.
As descobertas foram feitas nas proximidades da dorsal meso-atlântica, a grande cordilheira considerada a “coluna vertebral” do oceano. Portanto, essas evidências de microcontinentes estão localizadas longe de lugares onde tradicionalmente foram feitas tentativas de localizar Atlântida, como a ilha grega de Santorini, parcialmente destruída há 3.600 anos durante uma erupção vulcânica.
Mesmo que não se trate da Atlântida da lenda, os pesquisadores especulam que esses locais podem ter sido habitados no passado. “Estamos convencidos de que se trata de um fragmento de continente que foi desmembrado na metade do oceano Atlântico”, disseram os cientistas. “Pode, portanto, ter existido um ou mais microcontinentes povoados por hominídeos, se levarmos em conta que o homo ancestor passeava pela Europa há 900 mil anos”, concluíram.