88 crianças foram retiradas de um acampamento de estudo da Bíblia como parte de uma chocante investigação de tráfico humano

88 crianças foram retiradas de um acampamento de estudo da Bíblia como parte de uma chocante investigação de tráfico humano

19/06/2025 0 Por jk.alien

Uma operação policial de grande porte abalou a tranquilidade de Columbus Junction, uma pequena cidade no condado de Louisa, Iowa, EUA. O alvo foi o acampamento religioso Shekinah Glory, administrado pela instituição de caridade Kingdom Ministry of Rehabilitation and Recreation. A ação, desencadeada nos dias 12 e 13 de junho, resultou na remoção de 88 crianças do local, todas colocadas sob custódia protetiva.

Tudo começou com um telefonema angustiante. Um adolescente de 15 anos, vindo do Texas, ligou para as autoridades afirmando que não desejava permanecer no acampamento. Este relato foi suficiente para acionar uma investigação séria sobre possíveis crimes, incluindo tráfico humano e abuso infantil, levando ao mandado de busca e apreensão.

Imediatamente após a ação policial, as crianças presentes foram transportadas para um local seguro: a Igreja Metodista de Wapello. Essa igreja fica a aproximadamente 15 minutos de carro a leste do acampamento, na cidade de Wapello, próxima à fronteira com Illinois.

Lá, equipes de proteção à criança assumiram os cuidados dos menores. O pastor da igreja metodista confirmou que a maioria das crianças não pernoitou no local e que, já na segunda-feira seguinte (17 de junho), nenhuma criança permanecia ali. Ele estimou que entre 80 e 88 menores chegaram à propriedade da igreja.

O xerife do condado de Louisa, Brandon Marquardt, divulgou em 17 de junho que ainda não havia efetuado prisões relacionadas ao caso. Ele ressaltou que os detalhes da investigação, que segue em andamento, não podem ser divulgados publicamente para não comprometer o trabalho das autoridades.

A Kingdom Ministry of Rehabilitation and Recreation, grupo responsável pelo acampamento, lista David Cung Nuam, Sui Hlawn Sang e James Hei como seus ministros em seu site. Sua declaração de missão descreve o trabalho como “Ajudar indivíduos a se libertarem do vício através da Palavra de Deus, oferecendo comida e abrigo aos necessitados, e apoiando indivíduos durante o jejum e a oração”.Victor Bawi insistiu que os pais ainda querem enviar seus filhos de volta para o acampamento do pai dele (WQAD News 8)

Victor Bawi insistiu que os pais ainda querem enviar seus filhos de volta para o acampamento do pai dele (WQAD News 8)

Victor Bawi, filho de um dos ministros do acampamento, deu uma entrevista defendendo veementemente o trabalho realizado. Ele negou qualquer má ação contra o adolescente do Texas, afirmando: “Nós nunca machucamos essa criança. Nós o amávamos. Compramos sapatos de 400 dólares, roupas, tudo para ele”.

Bawi expressou profunda tristeza com a situação, relatando que as crianças removidas estavam chorando durante a operação. Ele chegou a mencionar um episódio dramático: “Uma das minhas irmãs, tiveram que dar oxigênio a ela. Ela não estava respirando. Ela estava triste”.

Ele insistiu que as crianças estavam se divertindo no acampamento e que tanto os pais quanto os próprios menores desejam voltar. “Conversei com as crianças e seus pais. Eles querem voltar. Eles querem mandar seus filhos de volta”, declarou Bawi.

Sobre as atividades do acampamento cristão, Bawi explicou à imprensa: “O que tentamos fazer é cuidar de adultos e crianças que estão sob a influência de drogas, álcool, nicotina. Cuidamos dos adultos e das crianças, fornecemos comida para eles. As crianças nós separamos dos adultos. Separamos os meninos das meninas. Nós cuidamos deles, providenciamos por eles. É esse o acampamento de verão”.

Enquanto a investigação do xerife de Louisa avança para esclarecer os fatos que levaram à denúncia inicial e à remoção em massa, a comunidade local e os familiares das crianças aguardam respostas. O caso coloca em foco as operações de um acampamento religioso com uma missão específica de apoio e recuperação, agora sob intenso escrutínio das autoridades. A discrepância entre a narrativa oficial em investigação e a defesa apaixonada dos organizadores cria um cenário complexo, aguardando o desenrolar dos fatos.